Que estranho, de onde saiu tanto amor? Somos tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais.
Poderia citar infinitas coisas que eu não gosto, mas no fim chegaria a conclusão que todos os defeitos somadas as qualidades me completam.
O estilo musical, a linha de pensamento, a forma de ver a vida.
Ele é mais material, eu mais simples, ele mais rock, eu mais pagode. Ele, o luxo, eu, o casual.
Mas a gente sempre se encontra no toque. A mágica tá na vontade incansável de estar por perto, beijando, apertando, sentindo a pele, o cheiro, a voz, o cabelo bagunçado.
É ficar parada por minutos olhando os cílios grandes e a forma como franze a testa. É os detalhes que encantam, mesmo depois de três anos. É o beijo apertado na bochecha só pra sentir a barba em plena fila do caixa da padaria. É o selinho entre uma garfada e outra. São as músicas inventadas para cada situação. São os apelidos sem pé e nem cabeça. É os xingamentos carinhosos. É a vontade de ficar abraçada na cama e esquecer do mundo. É querer dar carinho sem querer nada em troca. É ouvir a respiração enquanto dorme. É trocar de lado na cama só pra ficar perto do rosto. É mentir a hora só pra pessoa achar que é tarde e ficar acordada te dando atenção. É competir pra ver quem vai pro banho primeiro. É morrer de rir com as cócegas. É ficar jogando a conta pro outro pagar. É morrer de rir por qualquer falha. É incentivar. É ajudar. É dizer: vai em frente. É querer pra sempre, mas ao mesmo tempo saber que por trás de tudo isso há motivos que te façam desistir. É lembrar que há outro mundo por trás do mundo perfeito que os dois criaram para si. É lembrar que querer não é poder e que pra sempre não existe.